Nota de repúdio à criminalização da mobilização popular.

Postado por thaynaoliveiira em 22/ago/2017 - Sem Comentários

A violenta repressão que assolou a manifestação contra a PEC 55 no Senado no dia 29 de novembro de 2016 é mais uma etapa da estratégia autoritária que esse governo ilegítimo derrama sobre a população brasileira. Se a PEC 55 é um ataque in(con)stitucional aos nossos direitos estabelecidos na Constituição, que levarão a um retrocesso feroz à dignidade de brasileiras e brasileiros, a polícia militar do Distrito Federal feriu os fundamentos da nossa cidadania através do nosso sangue, pelas feridas de balas de borracha, e pelas nossas lágrimas, pelo efeito do gás de pimenta.
A linda mobilização popular da tarde de 29 de novembro traz sérios riscos a esse governo que tem pressa para nos liquidar – a participação horizontal, auto-organizada e popular é a constituição da resistência. Um governo que usurpou votos, legitimidade e que agora usurpa direitos de cidadania sabe que precisa nos desarticular. Nós, ao mesmo tempo, também sabemos que isso não pode acontecer.
Se a nossa categoria de docentes universitários/as parece ter problemas de mobilização, a resistência aos ataques do governo e daqueles que faltam gravemente com o objetivo da sindicalização, a proteção dos direitos da categoria – que é o exato propósito de uma associação de trabalhadores/as – nos traz a clareza da urgência da luta. Ao mesmo tempo em que sabemos que todas/os temos cronogramas a seguir, relatórios a entregar, papers para escrever e artigos para submeter, sabemos também que cronogramas, relatórios, papers e artigos não se materializam se a nossa universidade não sobreviver a esses ataques. O que está em jogo são as nossas carreiras, a nossa instituição, os nossos direitos e, finalmente, o nosso país e seu futuro. Duas décadas de congelamento dos gastos governamentais significarão duas décadas de atraso na ciência brasileira e na nossa vocação.
Fomos nós e nossa juventude que tomaram bomba de gás nas cabeças no início da noite de 29 de novembro. A violência do ataque a nós e ao nosso futuro exige nossa articulação. Somem-se à resistência. É um chamado histórico à mobilização da nossa categoria.

29 de novembro de 2016.
Comitê de mobilização contra os ataques do governo Temer – ADUnB-SS

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